segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eles lá e a ralé aqui

Entrevistar o João Gordo ao vivo nunca deve muito fácil. Aquele frio na barriga, aquela expectativa de uma merda que ele possa falar, o medo daquela pergunta não ser bem interpretada... Nunca entrevistei o Gordo, mas imagino que seja assim.

Imagino também que tenha sido assim que a Érika Mader foi até o sofá onde ele estava sentado para pegar a opinião dele sobre o Rock in Rio após ele se apresentar com a banda Korzus no projeto Punk Metal All Stars. No palco Sunset, obviamente, porque o palco Mundo é só para as estrelas. Vejamos o que ele respondeu:



O vídeo fala por si próprio, não há muita necessidade de complementar o que ele disse. Só posso acrescentar que concordo em boa parte com o que o João Gordo declarou. Produção Mambembe? Claro que não, acho que o Gordo estava meio puto e exagerou nesse ponto. Se ele tivesse dito “seleção das bandas Mambembe”, aí sim. Por que uma banda chamada Glória, que tem uma repercussão nacional e internacional infinitamente menor que Sepultura tocou no palco principal e a banda do Igor Cavalera foi jogada pro palco secundário? Sepultura já tocou no palco principal em 2001, lembram? Por que não repetir a dose?

Mais adiante, quando o assunto é a reação positiva do público, o Gordo manda na lata: “o publico não é burro. Eles sabem quem são os caras verdadeiros e vão lá para agitar”. Sim. Tanto que os meninos do Glória foram vaiados e o pessoal do Sepultura extremamente aplaudido.

Só gostaria de entender qual a lógica desse raciocínio. Porque eu juro que não gostaria de concordar com o João Gordo quando ele diz que “promotor de festival grande é tudo um bando de imbecil”.

6 comentários:

  1. Po, até achei que a Mader se saiu bem. Ele viu o microfone e resolveu falar o que deu na telha. Tava afim de criticar porque tá se achando desprestigiado... enfim. Não vou nem emitir opinião sobre o que acho do som dele, mas entendi qual foi a crítica que ele resolveu emitir à sua maneira.

    ResponderExcluir
  2. Eu achei que ela deu mole. Logo na primeiro bordoada ela deveria ter passado pro VT do show, aí ele não apavorava tanto, rs.
    É lógico que o Gordo em si não tem cacife pra tocar no palco mundo - ele sempre foi underground e a galera só conhece a FIGURA dele, e não a MÚSICA do Ratos de Porão. Mas tem dezenas de outros artistas - como o próprio Angra e Sepultura - que vivem tocando em festival lá fora e aqui são desprestigiados...

    ResponderExcluir
  3. Não sou fã de metal, mas também achei meio absurdo não colocar o Sepultura no palco mundo. O João Gordo fala muita besteira algumas vezes, ele é o verdadeiro "do contra", mas concordo com ele desta vez. É muita festa para os que vem de fora e pouca atenção aos que fazer o rock nacional! Mas isso pode vir do público mesmo.

    ResponderExcluir
  4. Mas o público acabou que deu mais confiança pro Sepultura que pro Glória! As duas são nacionais, mas a segunda tem que comer bastante arroz com feijão antes de chegar onde o Sepultura está!

    ResponderExcluir
  5. Eu nem lembrava que esse Glória existia até o RiR refrescar minha memória...
    E, se eu não lembro, é porque não é muito relevante. Pode parecer egocêntrico, mas eu circulo entre o mainstream e o underground com quase a mesma vitalidade...
    Mas será que é burrice dos produtores? Glória é uma banda independente? E o Sepultura? Tem tanta coisa que pode ser discutida...

    ResponderExcluir
  6. Ouvi dizer que os produtores do Glória são os mesmos do NxZero - ou seja, mestres em transformar porcarias no sucesso da semana. Tem que ver isso aí...

    ResponderExcluir