segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ainda sobre a USP

Todo mundo sabe que gosto muito de acompanhar o movimento estudantil, mesmo não sendo mais estudante há algum tempo. Particularmente, esse caso da USP me deixou bastante intrigado. (Se você não sabe do que se trata, clique aqui). De tudo o que eu vi/li/ouvi, não consegui concordar com absolutamente nada do que está acontecendo na universidade. De qualquer forma, gostaria de fazer algumas perguntas para eu pelo menos tentar entender melhor a questão - ou até mesmo mudar minha opinião. Lá vão:

- Porque o DCE é contra a presença da polícia no campus? Foi verificado algum tipo de abuso por parte dos policiais contra estudantes, servidores ou professores? Se sim, foi feita alguma denúncia formal à corregedoria da PM, ou à Reitoria, ou algum outro órgão?

- O que o DCE achou errada a prisão de três estudantes por porte de maconha no campus? Se sim, qual deveria ter sido a medida adotada pelos policiais?

- O DCE achou correta a atitude dos estudantes que jogaram um cavalete de madeira na cabeça dos policiais? Achou correta a atitude do estudante que subiu na viatura? Se não, pretende tomar alguma medida – como uma moção de repúdio, por exemplo?

- Os estudantes envolvidos na manifestação acreditam estar cometendo algum crime? Se não, porque só circulam pelo local com o rosto tapado com panos?

Por hora, permaneço achando que a USP deveria seguir o exemplo da UFF. Aqui uma demanda legítima – impedir a construção da Via 100 e Via Orla – uniu professores e estudantes que muitas vezes nem participam das manifestações e, quando a polícia chegou, houve negociação, o prédio foi esvaziado e a reitoria recebeu uma comissão para negociar as pautas. Não sei não, mas eu acho que assim é que se faz...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dilmetaleira

Montagens de vídeo tem aos montes no YouTube. Mas essa é uma das melhores que eu vi recentemente. Nela, a presidenta Dilma Rousseff aparece em sua versão... digamos... metaleira, ao som de System of a Down. Vale o confere!

Trabalho acadêmico

Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que a complexidade dos estudos efetuados desafia a capacidade de equalização do sistema de formação de quadros que corresponde às necessidades. Percebemos, cada vez mais, que o aumento do diálogo entre os diferentes setores produtivos oferece uma interessante oportunidade para verificação das novas proposições. Por conseguinte, o acompanhamento das preferências de consumo garante a contribuição de um grupo importante na determinação dos modos de operação convencionais. Neste sentido, o novo modelo estrutural aqui preconizado acarreta um processo de reformulação e modernização das posturas dos órgãos dirigentes com relação às suas atribuições.

A nível organizacional, o início da atividade geral de formação de atitudes estimula a padronização do processo de comunicação como um todo. É claro que o comprometimento entre as equipes aponta para a melhoria do orçamento setorial. No mundo atual, a expansão dos mercados mundiais promove a alavancagem dos métodos utilizados na avaliação de resultados. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a constante divulgação das informações é uma das consequências dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência.

Acima de tudo, é fundamental ressaltar que a crescente influência da mídia afeta positivamente a correta previsão das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. Assim mesmo, a valorização de fatores subjetivos auxilia a preparação e a composição do levantamento das variáveis envolvidas. O cuidado em identificar pontos críticos no desafiador cenário globalizado talvez venha a ressaltar a relatividade dos paradigmas corporativos. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam dúvidas sobre se a mobilidade dos capitais internacionais representa uma abertura para a melhoria da gestão inovadora da qual fazemos parte.


Gostou? Foi feito aqui!


P.s.: Pelamordedeus, heim, não vá usar isso na faculdade e dizer que fui eu que ensinei! Esse post foi apenas uma brincadeirinha, pra descontrair o clima...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Louco por ela

Acho que estou ficando bom nessa história de escrever sobre um livro que ainda nem foi lançado. É isso que dá ter diferentes amigos que se interessam pelos meios literários. Mas não tem como esperar até o mês que vem para poder escrever sobre um livro que eu acompanhei bem de pertinho a construção. Trata-se do “Louca por você”, de autoria da minha amiga Fernanda Belém.



Eu posso falar mais sobre a autora do que sobre a obra em si, já que eu ainda não li o livro (calma, gente ele só sai em novembro!). Mas a autora eu conheço bem.

Flamenguista fanática, jornalista, blogueira, companhia inteligente para qualquer programa. E como todo escritor tem que ser, antes de mais nada, um bom leitor, Fernanda é uma das leitoras mais vorazes que eu conheço – chegando a uma média de 100 livros lidos por ano, o que eu nunca consegui entender como é que funciona. (Eu costumo ler uma média de 15-30 por ano, num bom ano.) Tudo isso sempre com um sorriso estampado no rosto (acho que nunca vi a Fernanda chateada, ou de cara amarrada, ou coisa do tipo).

Mas como o que interessa é a obra, vamos ter que recorrer novamente ao material de divulgação distribuído à imprensa:

“O que acontece quando um reencontro desperta um sentimento que você acreditava já ter esquecido? Renata achava que precisava apenas de um pouco de agito no namoro com Rodrigo. A rotina dos três anos de relacionamento havia acabado com todo tipo de frio na barriga e até mesmo com a paixão. Mas como agitar uma pessoa que parece não querer sair do lugar? Desesperada por mais emoções nos seus vinte e poucos anos, Renata decide mexer com o passado.

De repente, o simples envio de um convite de aniversário para o antigo namorado faz o mundo virar de cabeça para baixo. Renata encontra no ex a adrenalina que tanto sentia falta. O problema? Ele também era comprometido. Entre e-mails, amigas, brigas, confusões, encontros, desencontros, ciúmes e tentações, Renata tenta amadurecer e espera tomar a decisão certa.”

Quem quiser conversar com essa figura e conferir o “Louca por você”, Fernanda vai estar autografando o livro no dia 18 de novembro, a partir das 19h, na livraria Saraiva, no Plaza Shopping. E quem quiser perturbá-la no Twitter, ela responde pelo @nandabelem - pode perturbar que eu deixo.

sábado, 22 de outubro de 2011

De calouro a escritor

Eu frequentemente falo/escrevo sobre algum livro que eu li e gostaria de ressaltar algum ponto que achei relevante. Geralmente esse livro é de um escritor que eu não conheço pessoalmente e possivelmente nunca vou conhecer. Ou porque já morreu, ou porque é estrangeiro. O tema do post de hoje é o extremo oposto: vou falar de um livro que ainda nem foi lançado, de autoria de um escritor conhecido meu.

Trata-se do Projeto Labirintho, que o coleguinha Renan Barreto vai lançar no dia 18 de novembro, em Niterói (mais precisamente no Bistrô MAC, às 20h). Pouca gente sabe, mas o Renan foi meu calouro na Universidade Candido Mendes e dei trote nele (sim, eu fazia isso na faculdade, gente, eu já tive meus 19 anos). Hoje ele é blogueiro, profissional de marketing digital e já está no seu segundo livro.

Projeto gráfico da capa do livro do Renan | Divulgação

Como o livro ainda não foi lançado e, consequentemente, não pude ler e fazer minhas observações, vou reproduzir um trechinho do material de divulgação da obra.

“O livro conta a história de seis personagens de maneira não linear. São 14 capítulos com introduções que levam a interpretações que vão mudando a cada novo ‘episódio’. Mesmo não havendo linearidade extrema como nos livros tradicionais, ele possui uma história cujas lacunas vão sendo preenchidas até o último instante. Esses personagens são postos em situações complicadas numa prisão e, então, tentam fugir dela. Durante a jornada, eles se encontram, desencontram e vão conectando todos os pontos num clímax desesperador e, ao mesmo tempo, surpreendente.


Em Projeto Labirintho há uma gama de referências à cultura pop, que satirizam de certa forma, o que se vê no cenário atual da arte, principalmente cinematográfica. Isso porque o livro foi concebido primeiramente como um roteiro para cinema.”

Acho bem legal ver a galera da minha geração militando no meio literário – que costuma ser tão fechado para novos escritores. Espero ver ainda muitas figuras em quem dei trote me mandando material de divulgação do lançamento dos seus livros.

Quem quiser falar com o Renan sobre o lançamento, ele responde por @Renan_Barreto no Twitter. Só procurar por lá - ele é legal e responde todo mundo. E nos vemos no lançamento!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Além da superfície

Hoje eu tive o prazer de ver um dos comerciais mais bacanas dos últimos tempos. Uma empresa de cosméticos cobriu o Zombie Boy – modelo Ricky Genes, famoso por ter o corpo praticamente todo coberto de tatuagens que simulam o esqueleto humano – de uma maquiagem cor de pele. Aos pouquinhos ele vai passando o removedor pelo peito e pelo rosto até mostrar sua verdadeira identidade.

O que gostei é que mais uma vez a indústria da moda brinca com essa ideia de padronização do corpo – só a escolha do modelo já é, digamos, uma transgressão. Começar com um “como você julga um livro” o vídeo de uma campanha que se chama “vá além da cobertura” é algo que soa como um foda-se às aparências – “aprofunde-se no conhecimento do outro”, por assim dizer.

Gostei muito do resultado final. Além da mensagem, a montagem do vídeo é bem interessante e a escolha da música “There is hope", de Zoo Brazil com Rasmus Kellerman, foi muito bem sucedida. Vale o confere!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Capitães sim, com muito orgulho

ATENÇÃO: esse post é cheio de spoilers. Se você não leu o livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, e/ou não viu o filme, não leia se não quiser saber partes da história. Estou aqui para contar a minha opinião sobre a adaptação cinematográfica e posso acabar estragando a brincadeira de um de vocês sem querer.

Advertência dada, vamos ao que interessa. Já falei duas vezes sobre esse livro do Jorjamado. Primeiro sobre o cunho político do romance. Segundo sobre o trailer. Agora vamos ao filme propriamente dito.

O filme é sensacional. A diretora Cecília Amado consegue resolver muito bem os vários obstáculos de uma adaptação cinematográfica e apresenta um trabalho final brilhante. O fato de só haver atores desconhecidos no elenco não deixa nada a desejar. A fotografia também é belíssima, tornando as ruas de Salvador um personagem a mais na história. Só observei um problema na adaptação: a diretora pega leve demais.

O filme é de uma leveza sem igual. (Algumas pessoas que saíram comigo do cinema acharam o filme meio lento; eu discordei.) A violência é atenuada, os conflitos são atenuados, a tristeza é atenuada, o ódio é atenuado, tudo é atenuado. Até demais.

Há quem diga: “nossa, mas no filme tem cenas bastante agressivas”. No livro essa agressividade é bem maior.

Pedro Bala (Jean Luis Amorim) – o líder dos Capitães – termina o filme como o herói, o grande líder, o bonzão. Mas não é bem assim. Em um determinado trecho do livro, ele estupra – isso mesmo: estupra – uma menina na praia. Mas ele não é de todo mau: sabendo que a garota era virgem, ele promete que fará apenas sexo anal, “preservando” a virgindade dela. Terminado o ato sexual forçado, Bala deixa a menina ir embora. A despedida dela?

"- Peste, fome e guerra te acompanha, desgraçado. Deus te castiga, desgraçado. Filho de uma mãe, desgraçado, desgraçado."

Mas ele se arrepende pela “pobre negrinha, uma criança também”. Só que nada disso aparece no filme. Só não sei se a diretora julgou esse episódio irrelevante para a trama ou se apenas se acovardou, com medo de que o filme gerasse polêmica e isso prejudicasse o desempenho comercial da obra.

O desfecho do filme é permeado por dois extremos. Se por um lado ela consegue narrar em alguns minutos o desfecho de cada um dos personagens, o destino de Sem-Pernas (Israel Gouvêa) – um dos Capitães, que tem esse nome por ser coxo – é atenuado. Sem-Pernas, que é um dos meninos que mais tem ódio no coração, foi torturado pela polícia enquanto ainda era bem pequeno. No livro, ele termina sendo perseguido pela polícia pelas ruas de Salvador.

"Muita gente o tinha odiado. E ele odiara a todos. Apanhara na polícia, um homem ria quando o surravam. Para ele é esse homem que corre em sua perseguição na figura dos guardas. Se o levarem, o homem rirá de novo. Não o levarão."

Sem-Pernas fica encurralado e se joga de um precipício. Suicídio. “Se arrebenta na montanha qual um trapezista de circo que não tivesse alcançado o outro trapézio”. Triste fim de um menino de rua coxo e faminto. No filme, apenas aparece o Professor (Robério Lima) e Zé Fuina (Felipe Duarte) especulando sobre o futuro do grupo e dizendo que Sem-Pernas possivelmente irá para o circo e será trapezista - em uma referência clara ao suicídio do personagem. Bem mais light, entretanto, que a versão original.

No todo, como eu disse inicialmente, o saldo do filme é bastante positivo. As cenas de capoeira são bem coreografadas e o roteiro não apresenta falhas. Motivo de orgulho para o cinema nacional.

Para quem se interessou, segue o trailer:



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Capitães do Cinema

Há alguns dias falei do livro Capitães da Areia, do Jorjamado. Pois bem. Agora chegou o filme.

Eu sabia que o filme estava sendo produzido desde o meio do ano passado, mas não sabia previsão de lançamento. Sexta-feira, quando voltei do trabalho, vi um cartaz do filme. Fiquei todo animado, pois o livro é excelente e rende um bom roteiro cinematográfico. Daí chego em casa e vejo que o filme foi exibido na sexta à noite, no Festival do Rio. Ou seja: eu achando que o filme ainda iria entrar em cartaz e ele já teve até sua estreia...

Para quem se interessa pela história de Pedro Bala, Dora, Professor e o resto do grupo, segue o o trailer, que, por sinal, é bem atraente. Quando eu assistir, conto pra vocês o que achei da adaptação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Bela homenagem

Depois que eu voltei do show do Stevie Wonder no Rock in Rio (um dos melhores shows, é bom que se diga), eu fiquei pensando em um post sobre o festival, mas queria dar uma abordagem que ainda não tivesse sido bem explorada, sabe como é, aquele ranço tino jornalístico de buscar algo diferente e coisa e tal... Daí eu recebo mais um release dela – sempre ela! - para fazer a alegria da moçada!

Foto: Divulgação


Não é que a Mulher Maçã resolveu fazer uma singela homenagem ao Stevie Wonder (???) segurando uma guitarra elétrica? Vamos ver o que dizia o release:

Mulher Maça promete em seu novo trabalho radicalizar geral para quem estava acostumado a ouvir maça cantando seus funks notará uma grande surpresa.em seu novo album gracy fará uma mixagem de funks com outras influências a cantora tem tido aulas de guitarra e promote um cover de seu grande idolo stevie wonder maça tem tentando junto com a produção do cantor marcar um encontro antes de seus shows no rock in rio pois nao teria conseguido ingresso vip para assistir a apresentação.”

Assim como no outro post, fiz questão de preservar a grafia original, que é um espetáculo extra. Achei bem bonito da parte da Mulher Maçã fazer uma homenagem ao músico que encerrou a noite do Rock in Rio que eu assisti. Por isso decidi compartilhar com vocês. Espero que tenham gostado!